Cortina

Euna Britto de Oliveira

Valenciana, a renda da cortina
empana-me a visão do mundo.
O cacto faz pacto com o porco-espinho :
Manter distância um do outro!
Tudo que pode ser gostado
pode ser desgostado...

Ladrilhos novos lavados
para os meus próximos passos...
Paredes velhas rachadas contrastam
com o rancho novo de pau-a-pique
onde até hoje namoram o ajudante de vaqueiro,
Gerônimo, e sua mulher, Jaci;
o nicho da santa de sua devoção, a proteção de Deus,
a trepadeira que cresce
e se enrosca no poste de iluminação da rua,
a roupa remendada e limpa,
a comida crua...
Clandestinas, secretíssimas,
vontades e vaidades tapam o sol com a peneira
e, sem querer,
mostram seu lado verdade,
porque nada fica escondido debaixo do sol !!!...

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.